
Caçar na Estremadura está na moda e não só entre a realeza, mas envolve também 70.000 licenças entre os adeptos de toda a condição que escolhem desfrutar do seu desporto preferido entre azinheiras, sobreiros ou estevas no meio do monte, em serras selvagens ou em planícies impressionantes. É isso que faz a diferença, a variedade de ecossistemas, onde o caçador entra em contacto com a natureza numa cerimónia que acaba por ser social, da madrugada ao almoço em grupo, após calcorrear durante horas um campo onde o tempo se detém.
Essa é a sensação única que descrevem os adeptos e que enche as terras estremenhas do final de setembro, quando começa a temporada dos coelhos, até ao início de janeiro na caça menor, e de outubro a fevereiro na caça maior. Um chamariz que quebra a sazonalidade do turismo, nomeadamente em escapadinhas de fim de semana, move cerca de 400 milhões de euros por ano, representando 2,5 por cento do PIB regional, de acordo com as estimações da Federación Extremeña de Caza.
Do adepto modesto ao capricho da realeza
Dados que dão ideia da potencialidade de um setor que atrai, cada vez mais turismo estrangeiro. O português historicamente à frente, mais interessado em caça menor, mas também cada vez mais ingleses, atraídos muito especialmente pela modalidade de caça à perdiz de salto, que não existe lá, assim como franceses e alemães, apaixonados pelas montarias, também únicas em Espanha. Mesmo a realeza, como Carolina do Mónaco ou os príncipes da Bélgica, escolhem a Estremadura, onde acontecem cerca de 1.800 montarias de todos os tipos e condições, de acordo com as estimativas da recém criada Asociación de Turismo Cinegético (Tuciex), pioneira na integração de todos os setores associados à caça, conscientes do motor de desenvolvimento económica que representa.
A diversidade de paisagens como mais-valia da caça na Estremadura
Estima-se que a caça gere mais de 90.000 jornadas na temporada, num setor muito profissionalizado e que acolhe o adepto nas batidas por um mínimo de 150 euros até mais de 3.000. Para todos os bolsos mesmo, entre adeptos que podem escolher caçar nas grandes extensões abertas da Sibéria estremenha, as planícies da serra de S. Pedro e Tejo Internacional, cenários tão emblemáticos e exuberantes, para surpreender os viajantes, como os Ibores, Villuercas e Jara, Monfragüe e mesmo a vizinha Gredos, com a sua cabra, única na sua espécie.

Lugares onde setores ligados à caça, das seguradoras ao alojamento e os restaurantes, oferecem uma ampla gama e beneficiam de um setor que deixa marca no estrangeiro, como as exportações de carne de caça de empresas tão notáveis como Cárnicas Dibe, que, a partir de El Gordo, vende para toda a Europa e inclusivamente as mudas dos veados para medicinas na Ásia. Na campanha chegam a ter 130 trabalhadores e uma centena regularmente.
Gastronomia de caça “made in” Estremadura e feiras profissionais
A gastronomia da Estremadura faz parte do atrativo do turismo cinegético, com ementas onde não podem faltar perdizes, codornizes ou lebres, cervos ou enchidos. Pratos elaborados no estilo tradicional ou com carimbo gourmet e que também podem ser degustados em férias como as três que são celebradas em 17 dias desde meados de setembro.
A mais antiga, em Badajoz, a Feira Hispano Portuguesa da Caça, Pesca e Natureza Ibérica, já com XXVI edições; a I Feira Gastrocigenética de Malpartida de Plasência. Sem esquecermos outras como a do pequeno município de Ahigal, a Feira do Cão e a Caça, um antecipo da temporada de caça menor. Feiras que contribuem à promoção que a Direção Geral do Turismo tem previsto potencializar para um maior posicionamento do turismo cinegético da Estremadura.
Autor original planVE
Traduzido por Diego Bernal Rico
Publicado em setembro de 2016
El turismo cinegético está de moda en Extremadura