Hernán Pérez é uma paragem obrigatória para ver os seus dólmenes, a um
passo da Grande Rota GR22, o caminho que percorre as Aldeias Históricas
de Portugal e ao qual, este ano, se juntaram a Serra de Gata e Las Hurdes.
A GR22 é o grande trilho das Aldeias Históricas de Portugal que faz a ligação com Las Hurdes e a Serra de Gata.
A GR22 é o grande trilho das Aldeias Históricas de Portugal que faz a ligação com Las Hurdes e a Serra de Gata
Hernán Pérez é precisamente a quinta etapa da GR22 por Cáceres, a que une
a Serra de Gata com Las Hurdes vindo de Monfortinho e que começa na Calle
del Cristo. No total, são 227 quilómetros na província de Cáceres, somados
aos mais de 600 quilómetros do percurso português, uma das rotas de
referência do pedestrianismo centro-europeu que coloca a Raia de Cáceres
no mapa internacional.
Um pequeno desvio da GR22 em Portugal conduz aos dólmenes de Hernán Pérez.
Um marco para o norte da Estremadura que em Hernán Pérez foi a cereja no
topo do bolo para um destino arqueoturístico emergente. A GR22 não
atravessa o sítio arqueológico, mas passa pela aldeia, a partir da qual existe
também uma rota local para a barragem de La Lanchera ou La Cañamera,
onde passa o trilho transfronteiriço e que se encontra a caminho dos
dólmenes. Por outras palavras, um pequeno desvio na grande rota
internacional permite chegar aos monumentos megalíticos de Hernán Pérez.
Mais de 3.000 anos do Dólmen Pradocastaño de Hernán Pérez
Os arqueólogos afirmam que está destinada a ser a necrópole megalítica
mais importante do norte da província, juntamente com os dólmenes de
Valência de Alcântara. Só o dólmen de Pradocastaño atrai cada vez mais
visitantes devido à ampla cronologia que abrange. Mais de 3000 anos desde
o Neolítico até à época romana, o que torna muito emocionante a exploração
deste dólmen de corredor, sobretudo se o pessoal do Centro de
Interpretação do Azeite e do Vinho explicar todos os segredos numa das
suas visitas guiadas. Basta marcar com antecedência pelo telefone
(0034)664612955. Será atendido muito gentilmente pela Lupe, que nos
conta com a mesma paixão sobre o progresso das escavações, bem como
tudo sobre o antigo lagar de azeite onde se encontra o Centro de
Interpretação. Ambos são joias do turismo rural financiadas pela Deputação
de Cáceres.
O Centro de Interpretação do Azeite e o Vinho de Hernán Pérez, um museu etnográfico na Raia de Cáceres
De facto, o centro de interpretação é o melhor ponto de partida, porque
serve de posto de turismo e é um museu etnográfico onde Hernán Pérez
mostra a sua tradição olivícola. Os visitantes mais velhos ficam encantados
ao verem as máquinas e ferramentas com que cresceram e as crianças ficam
surpreendidas ao aprenderem passo a passo o processo de produção do
azeite, especialmente num edifício que data do século XVIII e que foi
ampliado até aos anos 80, quando ainda era utilizado. Ainda melhor quando
a visita escolar termina com a surpresa de uma degustação de pão torrado
impregnado com azeite de mançanilha de Cáceres, a joia da coroa com
Denominação de Origem Protegida Gata-Hurdes, que pode ser adquirida em
ambas as regiões.
É uma visita ideal para toda a família, tal como o percurso até aos dólmenes
através da bela Dehesa Boyal. Trata-se de um passeio circular de 10
quilómetros, acessível e sinalizado pelo trilho SL CC 203 que começa na rua
Gabriel y Galán. O caminho é um regalo que atravessa a barragem de Hernán
Pérez com vistas espetaculares e chega aos dólmenes de El Matón,
Pradocastaño e La Majadilla, que estão atualmente a ser escavados. Trata-se
de uma aula ao ar livre de monumentos funerários que, já nos anos 60,
apresentava uma das maiores coleções de estelas diademadas de Espanha,
uma das quais se encontra exposta no Museu Arqueológico Nacional de
Madrid.
Um lugar mágico escolhido pelos primeiros povoadores pela sua grande
riqueza, regado pelo Arrago. Um rio de pesca que hoje oferece uma bela
piscina natural com sombra e trilhos ideais para a prática de BTT.
Esta aldeia olivícola de não mais de 500 habitantes oferece um autêntico
refúgio de turismo rural. A sua localização, na parte mais oriental da Serra
de Gata, na fronteira com Las Hurdes, diz tudo sobre as suas extraordinárias
paisagens. Dispõe de um hotel e oferta gastronómica nos arredores. Fica a
dois passos da barragem de Borbollón, em Santibáñez el Alto, e a Almenara
de Gata domina as vistas a partir do Dólmen de Pradocastaño. Como destino
arqueológico, complementa-se com o sítio de Castillejo de Villasbuenas de
Gata, que soma interesse ao Parque Cultural da Serra de Gata.
O seu património cultural fala das suas origens históricas, que remontam ao
século XIII, quando foi fundada pelo Mestre da Ordem de Alcântara, frei
Fernán Pérez. Destacam-se a ermida de Cristo, do século XVI, e a igreja
paroquial, do século XVII.
A ermida de Nossa Senhora da Consolação foi construída muito
recentemente com o contributo dos habitantes da aldeia para ocupar o
espaço da que existiu na zona de La Consolación, onde tradicionalmente se
celebra a romaria no último fim de semana de maio.
Em janeiro, mantém-se viva uma outra tradição, a da matança estremenha,
onde ninguém é estrangeiro.
Hernán Pérez, arqueoturismo en la Gran Ruta GR22 con Portugal
Tradução Ângelo Merayo
Fotografias: Andy Solé
Publicado em abril de 2023
©Planveando Comunicaciones S L