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Percursos urbanos com encanto na Estremadura

A Estremadura orgulha-se de cidades e vilas com encanto que oferecem interessantes percursos urbanos. Recantos imprescindíveis por descobrir que contam com joias arquitetónicas e culturais que partilham o protagonismo com os célebres monumentos da região.

coria castillo foto oficina de turismo

Coria majestosa

A capital do Vale do Alagón possui um centro histórico declarado Bem de Interesse Cultural. Um aprazível passeio entre palácios convida a perder-nos na sua muralha romana e conhecer cada uma das portas de entrada à antiga cidade medieval. No seu recinto intramuros é necessário mergulhar por ruelas sinuosas e fotografar singulares cantos carregados de personalidade.

A poucos metros da praça de Espanha o convento da Madre de Deus desprende o cheiro dos doces artesanais elaborados pelas freiras de clausura, de imprescindível degustação. Também é paragem recomendável o Museu da Prisão Real que conserva as suas estâncias tal como foram concebidas. O castelo dos Duques de Alba e a catedral de Santa Maria da Assunção são símbolos do nobre passado de Coria. O museu da catedral orgulha-se da sua capela das relíquias, entre as que encontramos a toalha de mesa da Santa Ceia. Na mesma catedral é recomendável parar uns minutos a contemplar as vistas às veigas do Alagón.

Zafra e as suas praças

Plaza Grande en Zafra
Plaza Grande de Zafra. Foto: Juan Carlos Delgado.

Zafra orgulha-se de transmitir o seu encanto pessoal que une história e tradição com culinária e amabilidade das suas gentes. As praças Grande e Chica som um fervedouro constante onde se reúnem turistas e vizinhos. O espaço de pórticos de grande beleza oferece um ambiente singular em pleno centro histórico. O conjunto monumental do seu centro foi declarado Património Histórico-Artístico e as suas casas brancas, com grades, com varandas coroadas por flores deixam constância do senhorio da cidade.

Zafra foi e é um importante foco comercial, ponto de encontro de artesãos e instituições religiosas. Os edifícios do século XV contagiam a sua grandeza para visitar a igreja da Candelária e o Mosteiro da Encarnação. A dominação islâmica deixou a sua pegada na antiga fortaleza a qual conserva o seu aspeto medieval exterior: é o Alcácer dos duques de Feria, convertido hoje em Parador Nacional de Turismo.

Uma singular muralha em Galisteo

A meio caminho entre Coria e Plasencia, a vila de Galisteo recebe-nos com a sua alta e robusta muralha de origem almóada formada pelos seixos do rio Alagón. A sua proteção já denota o carácter estratégico da localidade e como excelente miradouro dos vales e serras que a cercam.

No recinto intramuros, as antigas casas caiadas permanecem coladas à sua muralha e a sua singularidade propiciou a obtenção do título de bem de interesse cultural. No seu interior, o castelo-palácio La Picota situado aos pés do rio Jerte. Após a sua restauração, é conhecido como o palácio dos marqueses de Lara e destaca sobre a muralha um campanário rematado em pirâmide octogonal, que está separado da igreja a que pertence.

planVE

É a igreja da Assunção outro edifício importante que narra o passado intenso da vila. Não podemos abandonar Galisteo sem subirmos a sua muralha e passear por ela desfrutando das paisagens que nos oferecem agricultura e pastorícia. Voltando ao nível da rua vale a pena passear pela ponte medieval do século XVI e desfrutar das veigas do Jerte.

Olivença e a sua fusão com Portugal

Olivença foi muitos anos ponto de conflito entre Espanha e Portugal. A sua turbulenta história vê-se refletida nos edifícios defensivos e militares que encontramos na cidade. Da espessa muralha que protege a cidadela medieval e as suas ruas estreitas, até ao seu majestoso castelo.

A cidade oliventina é cercada por uma paisagem de devesas de azinheiras e sobreiros que a tornam uma das visitas imprescindíveis à Estremadura.

A herança lusa respira-se nas ruas oliventinas catalogadas como Conjunto Histórico-Artístico. O país vizinho converteu Olivença numa importante vila com pavimentos de calçada, praças importantes e edifícios com arcadas. Uma das marcas lusas que mais se percebe na cidade é a decoração com azulejos como a capela da casa da Misericórdia. Os nomes das suas ruas ainda conservam as duas línguas: espanhol e português.

Passear pelas suas ruas é sentir a história viva das contendas e conflitos dos homens, onde os edifícios religiosos se conservam em perfeito estado. Não podemos deixar de visitar a igreja de Santa Maria do Castelo e a igreja da Madalena, eleito Mejor Rincón de España em 2012 pelo guia Repsol.

Hervás

O encanto de Hervás

Entre os centros urbanos estremenhos com mais charme, figura o de Hervás. Um sítio privilegiado no sopé do Pinajarro e regado pelo rio Ambroz. Cercado por intermináveis soutos e carvalheiras que agasalham as suas ruas e cantos como num autêntico conto de fadas.

A sua judiaria é uma das marcas de identidade do concelho que conserva quase de maneira intacta o seu passado medieval. A madeira, as telhas, o adobe e o granito foram os elementos construtivos das suas habitações e permanecem em perfeito estado como testemunhas do assentamento judeu do século XV. Entre o seu labirinto de ruelas e recantos é imprescindível passear pela Travesía del Moral: a rua mais estreita de Espanha com pouco mais de meio metro.

No roteiro de nossa visita a Hervás é preciso subir à igreja de Santa Maria, antigo castelo templário, com vista para a serra e para a própria vila. Os passeios em Hervás são sempre uma delícia, descobrindo surpresas a cada passo: como uma sala de exposições no interior de uma antiga cabine telefónica, ou degustando os tradicionais doces de origem sefardita.

O passado templário de Jerez

As ruas e vielas de Jerez de los Caballeros (na foto que inicia esta reportagem) escondem todo o tipo de segredos. De palácios senhoriais, casarões tradicionais, até monumentos religiosos. O conjunto histórico de Jerez agrupa os estilos mudéjar, gótico e barroco e funde num mesmo cenário o legado da Ordem do Temple e da Ordem de Santiago.

As suas soberbas muralhas impõem ao caminhante visitar a fortaleza templária e passear pela cidadela medieval. A muralha conserva duas portas das seis que teve na altura. As suas ruas falam por si próprias com um amplo legado religioso cheio de ermidas e conventos. O senhorio da nobreza de Jerez é apreciado em palácios e edifícios com nome próprio como a Casa del Sol, o Solar de los Condes de la Berrona ou o palácio do Guzmán Sotomayor.

Trujillo

 A mui nobre cidade de Trujillo

Trujillo é um dos centros históricos mais importantes da região e uma cidade que encanta o visitante desde a chegada. O descobrimento da América concedeu fama universal ao denominado berço dos descobridores.

O seu importante passado é palpável nos palácios que rodeiam a monumental praça, presidida por Francisco Pizarro. Neste palco foram construídas, no século XVI, as casas das linhagens mais importantes, como os Orellana ou os Chaves.

É muito recomendável a subida ao castelo almóada e percorrer as muralhas e torreões para fotografar paisagens cativantes. As ruas empedradas guiam-nos entre brasões, varandas e chaminés que parecem tiradas de um cenário de filme.

O passeio em Trujillo despertará o nosso apetite e é no espaço da praça Mayor, o local ideal para saciar a nossa sede com os bons vinhos da terra, temperados com saborosos queijos que dão fama à cidade durante a sua feira internacional no mês de maio.

La Llerena senhorial

O Conjunto Histórico de Llerena surpreende pela sua arquitetura de grande beleza e por um rico património onde a arte é a protagonista.

Espetaculares casas senhoriais e palácios que nos cativam num ambiente aprazível. As imponentes fachadas concorrem com convento e hospitais. A porta de Montemolín é a única das quatro que ainda se conserva.

A igreja da Nossa Senhora de Granada e a emblemática torre presidem a praça Mayor com pórticos de estilo mudéjar. Entre as recomendações gastronómicas para saborearmos Llerena, é recomendável provar os corações das freiras, um doce típico elaborado no convento de Santa Clara. E é preciso experimentar os famosos vinhos: os llerenenses gabam-se do primeiro vinho elaborado na América, após a conquista, ter sido pisado por um paisano, Pedro López Cazalla.

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La Puebla de Guadalupe

Aos pés das serras das Villuercas e Altamira, situa-se Guadalupe. As suas calçadas de pedra e a arquitetura tradicional enquadram o monumento de maior valor: o santuário do mosteiro da Nossa Senhora de Guadalupe, declarado Património da Humanidade.

Um único edifício contém uma mistura de estilos entre as suas paredes, que vão do gótico ao mudéjar, passando pelo renascentista ou o barroco e no interior são preservadas obras de grande valor. Na visita ao mosteiro é recomendável o passeio pelo claustro mudéjar e o seu templete, a sala capitular, o camarim da virgem ou a capela de São Jerónimo com pinturas de Zurbarán.

A grandiosidade do mosteiro contrasta com a humildade e a tradição das ruas de Guadalupe. A arquitetura serrana é protagonista com os conhecidos arcos e arcadas que enquadram as populares varandas.

Um bom espaço para passear é a antiga judiaria, para visitar também a praceta e a fonte das três bicas. Outros edifícios singulares de interesse são a igreja da Santa Trindade, de estilo barroco, ou o colégio de Infantes e o Hospital de São João Batista, que conformam a pousada de turismo.

Medellín e o seu teatro romano

A vila que viu nascer Hernán Cortés, conserva um importante património monumental onde o máximo expoente é o teatro romano, restaurado nos últimos anos. Localizado na encosta do castelo medieval, oferece-nos uma vista imprescindível do Guadiana e da sua ponte do século XVII.

Os restos históricos e arqueológicos que guarda a vila, tornam Medellín num local imprescindível para conhecer e desfrutar cada canto. É precisamente o sítio onde ficam o castelo e o teatro romano, um dos sítios arqueológicos mais completos da Europa que nos oferece uma autêntica viagem no tempo.

Além da importância do sítio, nas suas ruas encontramos uma grande riqueza arquitetónica popular e vestígios singulares como a muralha almóada ou as ruínas de Porta Caeli.

As pontes de Medellín requerem um capítulo diferente, assim é o caso da ponte romana de Cagánchez, a quatro quilómetros da vila, a ponte do Áustrias e a ponte sobre o rio Ortigas.

Visitar Medellín é desfrutar também do rio Guadiana: o som das águas embala as noites de inverno e refresca as calorosas tardes de verão.

 Autor original, Ainhoa Miguel

Traduzido por Diego Bernal Rico

planVE, la guía de ocio de Extremadura

Paseos urbanos con encanto en Extremadura

Charming urban walks in Extremadura

Publicado em dezembro de 2016

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